O aumento do preço do arroz é um dado adquirido mas os valores ainda não foram definidos, garantiu à agência Lusa, Carlos Laranjeira, presidente da Associação de Orizicultores de Portugal (AOP).
«Vai haver uma subida substancial mas ainda não foi possível estabelecer um preço no aumento para os consumidores», afirmou o dirigente no final da assembleia-geral da Associação Portuguesa de Produtores de Arroz, que decorreu em Coimbra.
«Vamos continuar em consultas e análises, pois, neste momento, não é possível estabelecer o valor do aumento«, reiterou Carlos Laranjeira.
Os preços do arroz vão aumentar na indústria, podendo subir cerca de 50%, na campanha iniciada em Setembro, sendo difícil prever quanto deste aumento será passado ao consumidor, afirmou um representante do sector.
A evolução do preço segue a tendência registada em todo o mundo, incluindo na União Europeia (UE), onde desde 2004 o agravamento se situou entre 60 e 100%.
A situação agravou-se devido à subida acentuada do preço do petróleo que tornou cereais, como o milho e o trigo, »interessantes« para produção de biocombustíveis, uma alternativa energética aos produtos petrolíferos.
Além da procura destinada a biocombustíveis, também se verificou um acréscimo da procura de arroz para a alimentação humana e para produção de rações para animais.
Por outro lado, as subidas do preço do petróleo influenciam directamente os custos das indústrias de transformação, e a do arroz não é excepção, com os gastos de transporte.
O presidente da AOP considera que os consumidores devem »olhar mais para a qualidade e não tanto para o preço«, acrescentando que os orizicultores esperam conseguir manter o nível de qualidade» pela qual têm lutado.
Portugal apresenta o consumo de arroz per capita mais elevado da Europa, num total anual de 170 mil toneladas.
A produção nacional de arroz é de 150 mil toneladas (peso em casca), uma quantidade que, após o processo industrial de descasca e branqueamento na indústria, fica nas 90 mil toneladas.
Diário Digital / Lusa
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